A Rainha Egoísta! - VOLUME 1 COMPLETO!
"Para todas as pessoas egoístas!"
- Moritany
- PRÓLOGO -
Meu nome é Yelmu Chiaone, sou de uma família de classe média alta. Tenho apenas 14 anos, e sou a futura herdeira da Moanno Corporation, uma empresa multimilionária que fábrica Remédios em Seul. Mas esse não é o foco... De longe observo uma senhora derrubar a sacola de compras no chão, na frente da minha escola. As pessoas passam por ela, distraídos com seus telefones nas mãos. Nem mesmo os executivos que passam apressados, param para ajudá-la. Em meio à multidão ela é invisível, não é ninguém aos olhos ocupados e preocupados das pessoas. Onde cada um, lida com seus próprios problemas sem se importar com os outros. E eu?... Eu não sou diferente dessas pessoas denominadas de "egoístas". — Me ajude por favor, garota, minhas costas doem, eu não posso me abaixar... — Ela segura a minha mão enquanto passo por ela. — Ajudar?... Você? Se vira! Estou atrasada. — Solto minha mão bruscamente e entro na escola. Eu não sou diferente, cresci submissa à lei rigorosa dos meus frios e calculistas pais. "O problema dos outros é problema dos outros" — Minha mãe sempre fazia questão de repetir isso, quando tinha a oportunidade. Mas minha família nem sempre teve dinheiro, meus pais eram pessoas comuns até meu pai ganhar na loteria e investir seu dinheiro na criação da empresa. Um pouco mais de dinheiro na conta, foi o suficiente para que eles repentinamente mudasse seus pensamentos. Nasci alguns poucos anos depois que eles haviam ficado ricos, então tive a sorte de crescer em um lugar bom e que não me faltava nada material. (...) — O que foi Yelmu? Você mal tocou na comida. — Minha melhor amiga, Yani Chue, me tira dos pensamentos. — Hm? Não é nada, estou apenas pensando demais... — Jogo o prato de comida no lixo. — Ah! Que desperdício Yelmu! A colheita está fraca esse ano, até para sua família será difícil. — Difícil para minha família? Não me faça rir, com o dinheiro que temos posso jogar tudo fora por vinte anos seguidos que ainda teremos comida para um exército. — Falo debochada. — Ainda assim! Você não devia jogar as coisas fora, os agricultores trabalham duro para colher sob o sol quente. — Chega dessa falação, eu não me importo!... Vamos para aula logo antes que meu dia fique pior. — Pior? Do que está falando? — Ela ri. (...) Depois da aula... — Seu Motorista ainda não apareceu? — Pois é, era para ele chegar aqui antes do último sinal. — Olho o relógio. — O que você fará agora? Vou a pé, e minha casa fica do lado oposto da sua. — Eu terei que ir de Metrô... Não suporto esperar aqui, nem mais um segundo... — Você tem dinheiro para o metrô? — É claro que tenho! — Pego a minha carteira e abro. Yani chue olha dentro. — Isso é muito pouco, amiga. O metrô está caro por causa da manutenção nos trilhos e com os impostos, o óleo para o motor e afins está caro também, por isso estão dando essas facadas. — Sério? Isso é tão pouco assim? (Sabia que devia ter pedido mais aos meus pais...) - Pensei. — Sim, eu tenho dó dos pais de família que não podem comprar um carro... — Droga, o que faço então? Eu não posso ir a pé pra casa! Meus pais têm muitos inimigos por perto. — Eu te dou um pouco do meu dinheiro. — ...!... (Me dar?) Eu a olho pegar dinheiro do bolso e entregar sorrindo. — Isso deve te ajudar! — ... Yani... A família de Yani Chue não é rica como a minha, ela apenas entrou na escola porque ganhou uma bolsa, sua família vem passando por dificuldades ultimamente e mesmo assim ela ainda me dá seu dinheiro. — Eu te vejo amanhã de manhã Yelmu! — Ela se despede e corre. Coro olhando o dinheiro. — (Isso é tão estranho... Ninguém que fosse meus pais nunca me deu dinheiro antes...) Yani Chue sempre foi minha amiga desde o sétimo ano, ela é muito gentil e isso me deixava irritada. Antes de sermos amigas eu fazia bullying com ela, mas com o passar do tempo eu desisti. E comecei a gostar de estar perto dela. Todos gostam de estar perto de Yani Chue, ela é extrovertida, brincalhona, é gentil e Moral. Sua personalidade é fácil, e isso deixa todo mundo confortável... Tenho tanta inveja dela... Entro no metrô pela primeira vez após caminhar alguns quarteirões. Eu nunca nem sequer cogitei a ideia de andar de trem uma única vez. Sempre estive rodeada de mordomias e coisas ao meu dispor, não importava o quê. — Um viva às novas experiências... Eu estava de pé perto da plataforma mexendo no meu relógio digital, procurando a próxima música para tocar nos meus Airpods. Quando vi algo estranho. Um livro pequeno com a capa vermelha e desgastada estava no meio dos trilhos. Eu imediatamente reconheci aquela capa avermelhada. — Aquele não é o livro que escrevi quando era menor? — Murmurei. — Mas o que faz ali? Embora eu nunca tenha pensado na ideia de ser escritora, eu escrevi esse livro como um passatempo... Aquele momento foi tão divertido, que me lembro de ter me empolgado. Se me lembro bem, é inspirado na história da Alice no país das maravilhas, mas uma versão maluca da rainha de copas... Sem me dar conta, eu já estava abaixada me esticando para pegar o livro nos trilhos. O que foi uma péssima ideia... O trem-bala, que pensei estar parado, se moveu de repente. Levando a minha vida embora.
Capítulo 01
Capítulo 02
— O corpo de sua majestade está bem, porém, há um pequeno machucado em sua cabeça. Mas não vejo como um arranhão poderia causar sua amnésia, ainda mais, algo tão grave assim. Você não se lembra de nada, vossa alteza? - O médico real diz.
— Eu já lhe disse! Eu não sou a Rainha! Meu nome é Yelmu! Eu não sei como, mas vim parar nesse lugar e nessa era! Acho que tem uma relação com um livro que escrevi quando era pequena e de alguma maneira entrei nessa história ridícula!
O médico e as empregadas se olham confusos.
— Eu não estou louca, não façam essa cara!
— Er... Bem, eu vou lhe recomendar um chá especial, isso deve fazer você se lembrar de quem é minha rainha-
— Grr! Saia da minha frente! 💢 Eu não quero os seus remédios! Eu já lhe disse que não sou a Rainha!
— C-certo, minha rainha! D-digo Yelmu! Vou me retirar agora como quer. - Ele diz.
— Bom mesmo, cara!
Ele sai, e fecha a porta.
— M-minha Rainha, você não comeu nada, deseja algo? - Uma das empregadas diz.
Ela fala comigo como se eu fosse uma criança, sua voz me deixa irritada. Onde está aquela outra empregada legal?
Talvez seja porque escrevi isso com 8 anos? Ou por que Oukari é uma mulher mimada?
Droga! Essa Rainha deve ter uns vinte e seis anos, como ela aguentou todo mundo tratando-a como se tivesse problemas mentais?!
Isso é bizarro.
— Pare de falar assim comigo!
— E-e-eu só! -
— Para de falar! A sua voz está me irritando! Me traga qualquer coisa para comer! E rápido.
Ela se curva e sai do quarto às pressas com as outras.
— Aah... — Me sento na cama, suspirando.
Pelo menos não ganhei uma vida miserável de plebeia. Conforme os livros de história, é horrível. Mas mesmo sendo a Rainha, ainda tenho muitos problemas para lidar.
Começando pela protagonista da história. Uma garota aristocrata que será dama de companhia da Rainha. Me lembro muito pouco da história, mas o Rei se apaixona por ela à primeira vista.
E logo o romance clichê, e nojento, que escrevi começa. Só de pensar na história já tenho ânsia, meu estômago embrulha! Tenho tantas perguntas agora... Por que não reencarnei como um bebê que nem nas novelas que já li?
Por que não reencarnei como a protagonista? Por que a história parece detalhada demais? Eu não escrevi tanta coisa detalhada assim, a minha história era para ser bem simples, algo como um simples conto, mas tudo aqui é tão realístico e complexo.
— Ah! Agora que parei para pensar... Como o meu livro foi parar nos trilhos? Quem o colocou lá? — Coloco as mãos na cabeça e aperto com força.
Fui uma idiota! Idiota! Idiota! Tenho tanta raiva de mim mesma agora, que quero explodir!
— A-aqui está o seu café da manhã majestade! — Ela volta com uma bandeja.
— Ah! Que se dane os meus pensamentos, eu estou com fome! — Bagunço meus cabelos.
— Eh?
Capítulo 03
Cinco dias se passaram desde então, e não sai do quarto em nenhum momento enquanto processava tudo o que estava acontecendo, também dispensei as visitas de todos que queriam me ver, recusei até mesmo a proposta do rei para conversarmos. O médico real recomendou que eu tomasse bastante chá para aliviar a dor na cabeça, que venho sentindo frequentemente.
Embora eu estivesse feliz de não ser incomodada, eu me sentia no tédio. Aqui não tem internet! Essa bosta nem foi inventada ainda! Não tem televisão e muito menos energia, dormir é um sufoco, há muitos mosquitos. Mesmo com todos os repelentes que foram colocados nos meus aposentos.
A noite é fria, então ainda não me incomodei com o fato de não haver ar condicionado ou ventilador, até comecei a me acostumar.
— Maldição!
Pedi as minhas empregadas todos os livros de história. Assim poderia saber sobre esse mundo e sobre esse tal reino que aparentemente governo. Porém, apenas 2 livros foram entregues a mim.
— O que diabos é isso!? Onde estão os outros livros? — Olho os livros na escrivaninha.
— Outros?... Mas só tem esses, minha rainha, esse é o volume 1 e 2.
— O quê?
Parece que a história desse mundo é compactado em apenas 1 livro com 2 volumes. É como se o mundo tivesse acabado de ser criado. Não tem muitos feitos... Conta apenas a história de uma Deusa entediada que criou esse planeta para sua diversão. Esse mundo é bem parecido com o meu anterior, mas a física e a química diferem em alguns aspectos. As pessoas aparentemente são bem mais fortes e mais rápidas, os guerreiros principalmente.
Contém 40 reinos grandes espalhados pelo globo, todos governados por Reis e Rainhas. A linguagem de todos é uma só, chamada de Malaccari. Se fosse para dar um século a esse mundo, baseado nas vestimentas, eu diria ser o século XVII.
Lestiene é como esse mundo é chamado, está cheio de segredos, que ainda tenho muito para descobrir. E que talvez leve a vida toda...
— Aah... — Solto um longo suspiro.
— Devo trazer mais chá?
— Como é o seu nome?
— Meu nome?
— Sim.
— T-Tynna, Majestade! — Ela se curva.
— Tynna... É um belo nome.
— Obrigada Majestade! Oukari também é...
— Oukari... É?
Morri de uma forma horrível-... Não, a Yelmu morreu.
Tinha apenas 14 anos, foi tão jovem... Devo deixar a minha antiga eu para trás, e aceitar quem sou agora? Aceitar o meu novo nome e deixar o antigo para trás, deixar o antigo para a pessoa que fui ao passado. A cada hora que se passa aqui, não vejo nada que eu possa fazer para voltar...
Eu nunca poderei voltar? Então... Devo seguir em frente... Sinto muito Pai... Sinto muito Mãe... Sinto muito Yani... Nunca mais nos veremos de novo, nunca mais poderei te ver novamente, obrigada por tudo, e desculpe por eu ser babaca até o final...
— Você parece triste minha Rainha... Trarei outro chá agora mesmo! — Ela sorri.
— Não precisa...
— Eh?
— Vou sair daqui... — Me levanto.
Não tem mais sentido continuar apegada a quem eu fui. Agora sou uma Rainha, e preciso agir como tal. Para o bem do povo e para o meu próprio bem!
— Abra as portas, está na hora de sair desse quarto.
— Eh? Ah sim! (O olhar da Rainha Mudou... Eu nunca a vi com tanta determinação antes... Tenho medo do que pode vir a seguir...) — Abre as portas.
— Vocês que me aguardem, muitas coisas vão mudar para meu benefício... — Sorri.
(...)
O Palácio de Lantreneje, até a capital, é rodeado por uma espécie de árvore vermelha, muito peculiar. O castelo tem sua estrutura ininteligível, com enormes muros, da grossura de uma casa. Ninguém entra ou sai sem que o rei saiba. Porém, mesmo com a riqueza exuberante, a cidade sofre com a fome e doenças.
Eu me lembro de ter escrito sobre a pobreza e infelicidade no meu livro, mas sem saber o seu significado. Por que diabos escrevi palavras que eu nem sabia o significado? Na época talvez eu tenha apenas pensado que era uma palavra legal, por ser difícil... E se uma palavra é difícil para uma criança, é porque ela é legal.
Ai que raiva! Fui tão idiota, nem para ter facilitado um pouco a situação...
— Em compensação, a comida é boa... Mas, quase não tem sal... — Comento sozinha.
— Algum problema minha Rainha? - Uma serva pergunta.
— Sim, onde está o sal?
— Sal?... Bem... (Por que ela está pedindo sal de repente?)
A empregada entra na cozinha, e depois sai de lá com uma pedra de sal.
— !... Uma pedra de sal? Isso é uma piada? — Franzi o cenho.
— Perdão?!
— Você é surda!? Eu não quero esse sal! Quero o sal normal, sal refinado! Isso é alguma brincadeira de mal gosto?
— D-De jeito nenhum, majestade!
Elas se olharam confusas sem saber o que fazer.
Foi aí que me toquei.
— A-ah... Bem...
O sal refinado ainda não foi inventado aqui, por isso apenas a carne tem sal, e as outras comidas não.
Pigarreei. — ... Quero que peguem essa pedra de sal e de para alguém moer, quando estiver com textura de areia me tragam.
— S-Sim, majestade!
— (Moer o sal?) — Outra pensou, atônita.
— (Droga nem isso tem aqui! Eu terei que me virar...)
Como se não bastasse o sal, há outras coisas aqui que são péssimas, para começar o palácio está em uma péssima condição. É abafado e tem muitas goteiras. Alguns cantos cheiram muito mal, e nem os criados aguentam ficar em alguns lugares por muito tempo.
Descobri também que aqui nesse lugar eles chamam alguns ministros de baixo escalão de vassalos, muitos deles andam livremente pelo palácio, participam de reuniões e alguns até mesmo punem alguns empregados, e guardas, quando veem alguma situação inconveniente.
Sobre a vestimenta, tenho que usar vestidos grandes, apertados e pesados, quase morri quando apertaram a minha cintura com um espartilho. Há muitas camadas de pano em um único vestido. Tudo para fazer a Rainha parecer maior e mais poderosa.
Os sapatos são muito desagradáveis, a cada passo, sinto como se pregos estivessem no lugar dos saltos, optei por andar com o sapato mais baixo que Oukari têm. Algumas coisas até que são agradáveis, os empregados e guardas são muito educados, sempre fazem reverências quando entram ou saem. Me elogiam com frequência, esse lugar é um prato cheio para pessoas ambiciosas e narcisistas como eu.
Mas tenho a impressão de que enjoarei disso logo...
Capítulo 04
— Peço desculpas por dormir de mais minha Rainha, mas é que cheguei de Lasnarosse ontem à tarde... Fiquei muito triste por não receber a sua visita em meus aposentos ontem à noite... Heh... — Ele sorri, após patentear com sua voz preguiçosa, e desleixada.
— P-perdão? (O que está acontecendo?! Visitá-lo? Eu não sei muito sobre a idade média, mas sei que visitar um homem no meio da noite não é uma coisa normal.)
— Não precisa se desculpar, minha Rainha, eu recebi notícias de que não estava se sentindo bem ultimamente... Mas espero que esteja melhor agora com a minha doce presença aqui. — Ele se aproxima da minha cadeira e se curva. — Seu amado marido está aqui agora. — Ele pisca.
— Gaah! — Meu queixo cai.
O que é isso!!? Um caso? Somos casados?, mas e o rei de antes??!
— (O que há com essa reação inesperada?) — Ele pensa enquanto mantém o sorriso.
— N-não! Espera! O que está acontecendo?
— Não estou lhe entendendo minha Rainha, o que houve?
— P-porra!? Que merda é essa!??? — Arregalo os olhos após deixar os palavrões sair, a situação é realmente desesperadora agora.
— M-mil perdões por interromper Arque-duque, mas é que a Rainha está passando por uma fase muito difícil! O médico acha que ela está com amnésia... — Tynna disse.
— !? A... Amnésia?
— Sim, parece ser um caso severo.
— Só pode estar de brincadeira! — Sua personalidade muda drasticamente.
— M-m-mas é a verdade meu senhor! Ela mal se lembra das coisas, é um caso muito severo e intenso.
— Como isso foi acontecer!? 💢 — Ele puxa o braço de Tynna.
— C-começou há cinco dias atrás, após ela beber muito e cair no sono com o imperador! Depois disso ela está agindo assim.
Ele me olha buscando explicações.
— (Eu não sou casada com o imperador!? Mas quem é esse? Um amante? O verdadeiro Rei?) — Minha mente estava imersa em pensamentos, ainda em confusão
— Droga! (Depois de todo o trabalho que tive para ser o favorito, foi tudo jogado no fogo!) — Ele pensou.
Minha mente volta para a cena, quando ele se aproxima e segura as minhas mãos firmemente.
— Minha Rainha, não sei que brincadeira é essa, mas não está me agradando, pare imediatamente de atuar, eu já estou aqui! — Vejo o desespero em seus olhos azuis.
Olhando de perto, percebo que ele é parecido com o imperador.
Mas seu cabelo é ainda mais dourado, como ouro, e é um pouco mais comprido, cobrindo suas orelhas. Diferente do imperador, seus olhos azuis são mais claros, como ciano. E o torso de seu nariz é convexo. O Maxilar é bem definido e as veias de seu pescoço são bem marcadas na pele. Percebi que estava analisando sua aparência demais, então virei o rosto.
— Eu realmente sinto muito, não sei o que está acontecendo aqui — Puxo minhas mãos de volta. — Quem é você, senhor?
— !... S-senhor!? Sou apenas dois anos mais velho que você, majestade!
— Ahm — Mordi o lábio. — ... Certo, Moço.
— (M-Moço!?) — Todos espantaram.
— Céus! Minha Rainha!... Isso parece muito sério.
— Por favor, se sente, eu adoraria saber mais sobre você...
Ele se senta sem tirar os olhos dos meus.
— Isso é muito estranho, mas vou lhe dizer... Sou Hotoi Sanama, Minha Rainha.
— Hmm, Hotoi... (Eu nunca escrevi sobre tal personagem na minha história! Estou esquecendo de algo?)
— Eu estou muito desgostoso agora minha Rainha... Estou preocupado com sua saúde.
— Não precisa se preocupar, por mais que eu não me lembre de você, estou muito saudável.
Vejo ele desviar os olhos e morder o lábio.
— Mas não se preocupe tanto, minha memória deve voltar dentro de alguns dias.
Mentir um pouco deve acalmar as coisas.
— (Agora que parei para pensar... Não é uma coisa tão ruim, eu devo usar isso ao meu favor para enfim tomar o trono?) — Ele pensa.
— Enfim vamos comer...
Os empregados voltam com a comida já temperada.
— Aposto que agora deve tá ótima... — Eu ri, salivando e imaginando o quão gostosa a carne deve ter ficado.
— (Por que ela está falando de um jeito estranho? É um efeito colateral?) — Ficou confuso.
— Eu pedi pra temperarem a comida com mais sal, algumas ervas foram adicionadas também a meu pedido, espero que goste.
— Temperado?
— Sim! Prove um pouco por favor.
Mesmo não sendo boa na cozinha, já que nunca precisei cozinhar, eu aprendi algumas coisas com a chefe da minha mansão. Ela sempre usou temperos ousados e sempre agradou o paladar de todos que se sentavam à mesa.
Dei instruções ao chefe de cozinha quando ele veio recolher a comida com as empregadas, e aparentemente ele fez tudo como pedi.
O gosto deve estar bom também.
— Hm... — Ele olha um pedaço de frango. — (E se me der dor de barriga depois?...)
As empregadas servem o meu prato com todo cuidado do mundo, e colocam a minha frente.
— (Ainda bem que as minhas aulas de etiqueta com a senhora Mary foram úteis...) — Corto a carne e provo.
Um gosto delicioso invade o céu da minha boca, o vapor da carne e o cheiro são melhores que antes.
— Uaau... isso ficou incrível! — Meus olhos enfim brilham, e salivo provando o próximo pedaço.
As empregadas sorriem entusiasmadas, com vontade de provar. O chefe de cozinha parece chorar atrás de todas elas por eu ter feito ele modificar a sua receita.
— Sinto muito minha Rainha, mas não gostei... — Ele limpa a boca e empurra o prato.
— Eh!? Tá de sacanagem? — Olho para Hotoi.
— A comida está muito salgada! — Reclamou, audaciosamente.
Capítulo 06
— Você parece muito surpreso em me ver!... (A Oukari não devia vir nessa sala com muita frequência, então... Isso explica por que ela é tratada como uma mulher impulsiva...)
— Haha... Bem, sim, minha rainha. — Se curva.
— Por quê? Não era costume meu vir pedir seus conselhos?
— ... Me desculpe, Majestade, mas não.
— Ah, entendo... Talvez seja porque seus conselhos eram ruins?
— O-o quê?! Eu não acho que sejam! O Rei pede muito.
As empregadas desocupam uma cadeira cheia de livros, e eu me sento.
— É um tanto curioso... Já que a população está na pobreza.
— Isso não é algo que pode ser evitado, minha Rainha.
— Ah, não? Então me diz por quê!
— É um assunto complicado, majestade, uma mulher sem estudos de política, como vossa alteza, não entenderia. Se me lembro bem, quando ainda era princesa, costumava dormir na mesa, durante todas as suas aulas com seu professor.
— 💢 (Ahh! Isso é sério?!) — Senti a veia saltar da minha testa.
— Eu fiquei sabendo da sua situação, amnésia, não é? Isso é muito trágico, espero que se recupere.
— Eu estou perfeitamente bem! Obrigada. Sei que esperam que as minhas memórias voltem, mas saiba que isso não acontecerá tão cedo, a partir de agora me vejam como uma nova pessoa.
— Uma nova pessoa? — Ele pareceu debochar.
— Sim, e por ser uma nova pessoa, quero estar por dentro de todas as notícias do Reino, Então me dê todas as informações de que preciso. — Estendi a mão, aguardando que ele me entregasse alguns papéis.
Ele ri.
— Mas Majestade você mal sabe ler, e todas as informações serão difíceis demais para você, por favor peço que volte outra hora certo? Hahaha — Ele pensou que eu estava brincando.
— 💢 (Qual é o problema desse conselheiro?! Ele não está me levando a sério! Mesmo sendo a Rainha, ele está me tratando apenas como uma criança!) Eu não vou a lugar algum!
— Perdão?
— Exatamente o que ouviu! Eu não vou sair daqui até me dar todos os papéis, e informações sobre a cidade.
— Mesmo que me implore de joelhos, eu não farei isso, minha Rainha. Eu preciso de uma carta fresca do Rei, para atender aos seus caprichos! E, além disso, nenhum papel de suma importância deve ser entregue nas mãos de uma mulher desinformada!
As empregadas se assustam com sua voz.
! — Coloquei a mão no peito, ao ouvir a coisa mais absurda que este velhote poderia dizer.
Já entendi... Mesmo eu sendo a Rainha que cresceu aqui, e legítima dona dessas terras, não serei levada a sério por que sou mulher, ele viveu a vida toda servindo o pai de Oukari, um homem. E por isso está relutando tanto para me levar a sério, agora que Oukari se interessa pela política do reino. Ele até ousa levantar a voz para mim, porque acha que sou impotente. Acha que desistirei dessa discussão e vou ir embora.
— Ah! Você não fez isso... — Apertei meu punho.
— (Ela vai chorar?) — As damas de companhia se olham.
— (A rainha realmente quer pegar papéis imperiais? Ela nunca se interessou por nada disso antes, não me admira que o conselheiro não queira entregar a ela. Talvez ele esteja pensando que ela apenas quer brincar de ser rainha...) — Tynna pensou.
— Escuta aqui ô Jaburu! — Me levanto, e pego a barba branca dele. — Se eu disse que quero agora, eu quero agora! Não é depois e nem mais tarde! É AGORA! Não me interessa se você tem um trabalho a zelar, ou não! Sou a rainha e você é só um velho gagá! — Falei cada palavra com raiva, dizendo a ele, olho no olho.
— (Velho Gagá?) — Se espantaram.
— Me dá esses papéis agora, ou afundarei essa sua cara enrugada nesse tinteiro!
— E-eh?! — Me olhou chocado.
— "Eh" o quê!? 💢 Quer que eu fale mais alto?!
Me aproximo do ouvido dele e grito.
— Me dá a droga dos papéis!
(...)
— Hunpf! — Organizo os papéis imperiais na mesa dele.
Por ter me desafiado, eu chamei os guardas. A pressão que ele recebeu por ter uma espada próximo a garganta, fez ele refletir a melhor escolha. Que foi me deixar mexer em todos os papéis.
— Hmm vejamos, o mercado comercial está em alta, porém há muitas reclamações de nobres que estão sendo enganados por produtos falsos... Há também vários roubos e reclamação de doenças... Ah! Nenhuma novidade coisas assim aconteçam em qualquer era.
— Uau! Você realmente sabe ler... Estranhei quando pediu os livros de história, mas era apenas para treinar a sua leitura, não é, majestade? — Tynna serve chá.
— Sim, haha... (Os olhos de Oukari sabia reconhecer algumas letras e palavras, então me esforcei para aprender o resto, sozinha.)
Enquanto folheava alguns livros velhos e papiros, anotei os principais problemas e fiz uma lista, depois numerei cada problema em um ranking.
— Ah, eu adorava fazer rankings na escola, quem diria que seria útil para mim agora... — Murmurei.
— Escola? Ranking? Você vem dizendo muitas palavras estranhas, majestade...
— Não ligue para mim... (Vejamos qual é o principal agora...)
Tabela de classificação
1 - Fome ()
2 - Doenças ()
3 - Necessidades básicas ()
4 - Empregos ()
5 - Melhorias de estruturas ()
6 - Comércio interior ()
7 - Comércio exterior ()
8 - Alianças políticas ()
9 - Infraestrutura ()
10 — Serviços públicos ()
— Nossa, tem bastante coisa... Levará muito tempo para arrumar tudo isso...
— Faça apenas o que der conta, minha Rainha.
— Certo... Eu começarei pelo que julgo mais fácil, a fome!
— E-eh? A-a fome?
— Sim!
— M-mas a Fome deveria ser o mais difícil!
— Ah, não deve ser tão difícil assim.
— ... Haha... — Ela riu um pouco desconfortável.
Na sala do imperador, Homaru, o rei. Recebia um relatório de Hotoi, sobre o que estava acontecendo no palácio, no atual momento.
— Então ela não se lembra de você? — Homaru perguntou a Hotoi.
— Não, meu irmão.
— Eu não tenho saído muito daqui, então mal tive tempo de conversar com ela, depois que começou a agir assim tão estranhamente.
— Você tem tido muito trabalho?
— Sim, principalmente para limpar a bagunça que ela causou na última reunião dos reinos.
— Ah...
— Desde que ela deu um tapa na Rainha de Konomori, ela tem ganhado muitas cartas de ódio, eu venho tentando apaziguar a situação, mas já está saindo do meu controle.
— M-mas desse jeito pode acontecer uma guerra! Konomori é o reino mais forte de Lestiene, se entrarmos em guerra não sairemos ilesos...
— Estou ciente da situação Hotoi! Sei que algo assim pode acontecer, e por isso estou tomando providências.
— Meu irmão, não seria mais fácil dar o que todos querem? Oukari já é mal vista pela população! A maioria dos nobres evita falar com ela, por causa de sua personalidade. Ela apenas causa problemas. Sequer cuida do palácio direito.
— ... O que está sugerindo? Que façamos uma reunião para executá-la, ou algo do tipo?
— Bem, eu não diria nessas palavras... Imagine apenas como se estivéssemos exterminando uma praga.
— Cuidado com suas palavras, se ouvirem você será acusado de traição.
— Mas você é o imperador! Já tomou essas terras desde que se casou com essa mulher, todos os deveres do reino está em suas mãos, então o que continua esperando? Mate-a de uma vez!
— .....
— Esse casamento é apenas político, sei que não sente nada por ela, e isso é uma boa oportunidade! Nem herdeiros ela pode ter, porque é infértil. Então do que ela serve, se não, para gastar o dinheiro? Enquanto ela estiver aqui, esse Palácio irá a ruínas!
— Sei que espera ansioso pela queda dela, mas não posso tomar essa decisão enquanto aquele verme estiver ao lado dela! Você sabe que não dá para tocar em um fio de cabelo de Oukari, por causa dele. Não quero despertar a fúria de Oumaru.
— Tsk... — Estalou a língua, irritado.
— Saia da minha sala, eu tenho muita coisa para fazer, e você está tirando a minha atenção como uma criança birrenta! — Bate na mesa.
— Como quiser... Irmão. — Fala entre dentes.
(...)
Mais tarde... Ainda na sala do Conselheiro.
— Minha Rainha posso ter a minha sala de volta? Tenho muita coisa para fazer.
— Eu ainda não acabei de me informar, senta ali no banquinho, e cala a boca.
— Duh! — Ele se segura.
— Tynna você pode pegar aquele papiro ali para mim, por favor? Eu ainda não olhei ele.
— Sim majestade!
— N-não! — Ele entra na frente da Tynna.
— Não? — Pergunto.
— Não? — Tynna pergunta o mesmo.
— Não! — Ele repete.
— Sim! — Eu digo.
— Sim? — Tynna me olha.
— Não! — Ele repete novamente.
— Sim! Se a Rainha disse que quer aquele papiro, então pegarei aquele papiro! — Tynna diz determinada.
— Aquele papiro é de suma importância, é sagrado! E o Rei Oubarion II pediu para eu protegê-lo!
— O pai da Oukari pediu? Por quê? — Pergunto.
— Eu não tenho permissão para dizer minha rainha, mas ele deixou muito claro para mim, que nem você deve vê-lo.
— Isso é um absurdo! Lerei essa merda, sim, me dá agora!
— Nem pensar! — Ele corre, e pega o papiro antes de Tynna.
— Como ousa negar um pedido da rainha? — Tynna diz pasmada com a reação dele.
— Aceitarei a minha sentença de morte de bom grado! Tudo para cumprir o meu dever de proteger esse papiro com minha vida.
— Pois muito bem! Guardas! Guardas! — Tynna grita.
— Espere Tynna, eu estou curiosa agora, por que protegeria tanto um papel como esse? Que segredos não querem que eu saiba?... — Estreitei meus olhos, curiosa com o comportamento dele.
— Minha Rainha, eu creio que isso talvez tenha a ver com a sua perda de memória... — Ele diz.
Agora que eu quero ler mesmo!
Capítulo 08
— Nada! Apenas ignore isso, majestade... — Ele diz.
— Não dá para ignorar esse tipo de coisa assim do nada! Agora você vai falar! (Talvez isso tenha a ver com a morte da Oukari... E seja a resposta que eu procuro.)
— Minha Rainha, por favor entenda! Eu não posso lhe dizer... É um pedido do seu amado Pai.
— Tsk... (Não é uma boa ideia eu forçá-lo, mas... Preciso saber!) O que pode ser tão confidencial a ponto de eu não poder ver?
— Eu-
— Se tem a ver com a minha amnésia, então preciso, sim, ter conhecimento! Me diga! — Bato na mesa.
— Eu não posso! Me perdoe... — Ele corre da sala.
— Volte aqui!
— Eu vou atrás dele, Minha Rainha! — Tynna se oferece.
— Você coisa nenhuma! Eu que vou! — Tiro meus sapatos, e corro atrás dele.
— Minha Rainha?! Você n-não pode correr!
— Se tenho pernas, é para correr!
Corro atrás do conselheiro, apressada. Derrubo uma fila de vassalos, algumas empregadas e vários vasos de decoração do palácio. A corrida no Palácio dura uns cinco minutos, até ele entrar em uma sala.
— Te peguei! — Abro a porta bruscamente, quase arrancando-a.
Esse velho safado é um ótimo atleta!
— Meu rei, por favor me ajude! — Ele se esconde atrás da cadeira do Imperador, arfava bastante.
— Ajudar coisa nenhuma! Me dê agora esse papiro! — Aponto para ele.
— Eu já disse que não posso minha Rainha!
— O que significa essa bagunça, minha Rainha? — O imperador franziu a testa, incomodado pela gritaria.
— Ele está escondendo alguma coisa de mim! Ele sabe por que perdi a memória e não quer dizer!
— É verdade isso? — Ele vira o rosto para o conselheiro.
— Eu não sei exatamente, mas acho que tem ligação com isso, embora a rainha queira muito ver o que está escrito, eu não posso permitir, porque o Rei Oubarion me pediu para manter esse papiro longe das mãos curiosas dela. Ou de qualquer outro que não seja o imperador.
— ... Hm.
— 'Hm' o quê! 💢 Se fala de mim, preciso saber!
— Quero que saiba que respeito muito meu falecido sogro, por isso não deixarei que você toque nesse papiro.
— O quê!? Isso é um absurdo!-
— MAS! Como Rei, e seu Marido. Lerei em seu lugar, se for algo que prejudique a sua saúde, vou dizer. Caso seja em relação ao bem-estar do Reino, não direi nada e destruirei esse papiro, entendeu?
— E por que eu não posso ler se for em relação ao reino?! Eu sou Rainha, então tenho o direito de saber!
— Isso não tem nada a ver com você, vá e cuide dos seus afazeres, e me deixe cuidar dos meus.
— Eu não vou a lugar algum!
— É uma ordem! — Ele levanta a voz.
— !... — Franzi a testa, irritada.
— Você anda muito teimosa, e esquisita ultimamente. Isso não vem me agradando, então me obedeça ou a sua situação aqui piorará.
O Conselheiro engole seco, vendo a frieza de Homaru.
— 💢 Você!
— Minha Rainha, por favor, não discuta. — Tynna cochicha se aproximando, tentando evitar o pior.
— Muito bem!... Vou sair. — Falei entre-dentes, olhando com raiva para o maldito velhote.
— Está bem... — O rei diz seco.
Tynna e eu saímos, após eu olhar para o Conselheiro, que tremia atrás da cadeira.
— (Você tá ferrado comigo velhote! 💢) — Meu olho direito tremeu.
(...)
— O que fará agora minha Rainha? — Tynna e as outras empregadas me acompanham pelo Palácio, enquanto volto para a sala do conselheiro.
— Vocês sete precisam mesmo me seguir o tempo todo? Isso é irritante! — Descontei a minha raiva.
— M-mas nós somos suas damas de companhia! — Tynna diz.
Parei de andar, imediatamente e fiquei transtornada.
— ... O quê?
— Suas Damas... De companhia?
— (Sete damas de companhia...) Por acaso alguma de vocês... Se chama Serenne Consett?
Serenne Consett é a protagonista desta história... A personalidade dela é parecida com a da Yani Chue... Uma garota gentil e simplória.
— Desculpe, mas você disse Serenne Consett, Majestade?
— Sim, disse... Por quê? — Olhei para Tynna.
— Serenne Consett é a minha irmã.
— .... Quê?!
Capítulo 09
— Minha Rainha? Qual é o problema? — Tynna diz.
— Majestade, sua pele está muito pálida. — Outra dama de companhia comenta.
— É melhor se sentar. — Outra disse, preocupada.
— E-eu estou bem... Só preciso de um pouco de ar.
— Tragam água com açúcar, imediatamente. — Tynna pede.
— Sim! Agora mesmo. — Ela se afastou.
— (Eu pensei que teria mais tempo...) — Fixei os olhos no chão.
— Como sabe o nome da minha irmã majestade? Ela chegou recentemente a Lantreneje, por acaso ela causou algum problema?...
— Não... Ela não causou.
Ainda, pelo menos...
— Ah... Fico aliviada, então.
— (É melhor eu ficar quieta, e seguir o roteiro... Talvez se eu fizer dela uma aliada, as coisas mudem?)
— Aqui a água majestade. — A empregada volta e entrega um copo de água.
— Recentemente, você diz?
— Sim, há muito tempo fomos separadas no nascimento, e ela foi mandada para longe... Só recentemente que descobrimos seu paradeiro, e a trouxemos para Lantreneje.
— Entendo... — Bebo a água.
— Em breve ela será designada a dama de companhia, mas ainda não foi esclarecido de que casa...
— Tem planos para o Palácio?
— Para o Palácio? Não tínhamos pensado nisso antes majestade, mas não é uma ideia ruim.
— O-oh... Entendi... (Droga, eu acelerei as coisas? Que boca grande Oukari!)
Se eu tivesse ficado quieta há poucos segundos, ela teria ido para alguma casa aristocrata?! Que droga! Às vezes saber o futuro, e ser bocuda não é tão bom assim...
(...)
— O que é isso??! — O rei Homaru afasta o papiro dos olhos.
— E-entende agora majestade?... Se as pessoas souberem será uma confusão... — O conselheiro comenta.
— Isso é muito sério...
— O que devo fazer a respeito?
Homaru esfrega a testa, preocupado, e solta um longo suspiro.
— Quero que destrua esse papiro, e qualquer outra informação a respeito disso, entendeu?
— M-mas destruir? Meu rei, você deve guardar isso, será muito útil futuramente para ter esse império nas suas mãos.
— Eu já tenho esse império nas minhas mãos! Oukari também está nelas.
— Eu não acho que estará por muito tempo...
— O que quer dizer com isso?
— A rainha invadiu a minha sala hoje de manhã, e revirou as minhas coisas.
— Atrás do quê? Lá nem é a sala de tesouro.
— Ela não parece interessada nas joias, como de costume, saberia disso se saísse mais vezes da sua sala. — Falou audaciosamente. — Ela até se nega a vestir os vestidos que ela mesma comprou antes da amnésia.
— Ela só deve estar enjoada... Isso será problemático... Mas eu não tenho tempo para me preocupar com isso.
— Mas meu Rei-
— Saia! E queime esse papiro imediatamente, se eu souber que não me obedeceu, vou te empalar vivo, e deixar na rua principal dos comércios. — Ameaçou.
O Conselheiro estremeceu e pegou o papiro.
— (Oukari está agindo estranho, se isso continuar talvez eu precise tomar providências severas eventualmente...) — Homaru pensou.
Mais tarde...
— Tynna, eu não aguento mais ficar aqui, vamos sair.
— Sair? Para onde? — Ela diz animada.
— Para uma livraria!
— ... O quê?
— Deve ter muitas por aqui, certo? Quero comprar muitos livros para me ocupar e aprender.
— Livros? Você não quer vestidos? A loja do senhor Manon Libert, está com novas peças de vestidos lindos! Eu só ouço coisas boas, e por sorte ele e seu ajudante estão aqui por perto.
— Esses vestidos podem até ser bonitos, mas não são confortáveis. São pesados e um incômodo para andar.
— Perdão?! Mas você sempre dizia que "beleza sem dor-
— Prepare o carro de uma vez! Eu quero comprar livros e ponto final!
— Carro?
— C-carruagem, cavalo, sei lá! Só prepara logo isso, que sairei antes do sol se pôr.
— Certo!
— (Aqui eu não fico nem mais um minuto! É tão sufocante... Não aguento mais esse ambiente.)




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